Tratamento da neurocisticercose via cirurgia minimamente invasiva: análise da literatura
DOI:
https://doi.org/10.54022/shsv5n1-011Keywords:
neurocysticercosis, treatment, postoperativeAbstract
A neurocisticercose (NCC) é uma doença resultante da ingestão dos ovos da Taenia solium. Uma vez eclodidos, esses ovos podem percorrer a corrente sanguínea e se alojar no tecido cerebral, desencadeando sintomas como convulsões, hidrocefalia e, em casos mais graves, resultando em óbito. Além disso, cistos podem ser localizados em regiões fora do tecido cerebral principal, incluindo o quarto ventrículo. O diagnóstico da NCC tem sido um desafio global devido à carência de exames histopatológicos conclusivos, achados clínicos e de imagem atípicos, bem como à baixa sensibilidade e especificidade dos testes imunológicos. Nesse contexto, a neuroimagem desempenha um papel crucial no diagnóstico da NCC, representando a principal ferramenta para identificar a presença e estágio da doença. Realizou-se uma revisão sistemática de literatura por meio da plataforma pubmed, com seleção e análise criteriosa dos artigos, a fim de elucidar o tratamento e pós-operatório na modalidade terapêutica da neurocisticercose. Nesta revisão foi identificado que existem limitações na literatura mundial sobre o devido tema, por falta de diagnósticos definitivos em países sub e em desenvolvimento e pela complexidade e latência da doença. Notou-se que os tratamentos que existe algumas variações terapêuticas, sendo: O padrão atual de tratamento da neurocisticercose intraventricular (NIV) é a derivação liquórica de emergência com ou sem excisão microcirúrgica do cisto, seja por corredores transcorticais ou transcalosos e utilizando a depender da necessidade os anti-helmínticos, esteroides e antiepilépticos. Foi observado na análise da literatura que a medicação anti-helmíntica pode ser eficaz, mas é demorada e nem sempre resolve o problema, especialmente em casos de hidrocefalia. A derivação do LCR é frequentemente necessária para tratar a hidrocefalia, mas apresenta uma alta taxa de falha e pode requerer revisões. A endoscopia é uma opção, mas pode ser arriscada em casos de cistos aderentes e pode precisar ser convertida para uma craniotomia aberta. A craniotomia (CPQ) envolve a remoção cirúrgica do cisto e é frequentemente recomendada, especialmente em casos intraventriculares. Foi observado aumento de procedimentos minimamente invasivos devido aos seus benefícios de poupar estruturas saudáveis durante o procedimento, principalmente em NCC intraventricular. A análise busca contribuir para um entendimento mais aprofundado dos benefícios e desafios do tratamento no contexto da neurocisticercose.
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